sexta-feira, maio 29, 2009

Grande título



Ando distraído com este tijolinho quando devia estar a fazer outras coisas...
A culpa é do título, e duma entrevista à senhora na RNE 1 em que disse duas coisas que me ficaram na memória:
- Nos últimos 200 anos, não há nenhum momento da história de Espanha em que a sociedade não se tenha sentido a viver uma "crise".
- Pensamos sempre o melhor e o pior de nós mesmos enquanto povo, simultaneamente.
E também pensamos o melhor e o pior dos nossos vizinhos. E quanto mais próximos estão os vizinhos mais forte é esse sentimento...

Crítica construtiva

Por ser tudo menos ambígua. Eu, comó outro, assino por baixo...

Os The National, como fica provado por mais estes dois exemplos disponibilizados pelo Lourenço com o intuito de nos aterrorizar e destruir o dia, são a banda mais irritante desde os Tindersticks. Aquela merda não tem jeiteira nenhuma, rnhó rnhó rnhó rhnó rhnó, três minutos e meio de cada vez a fazer o que o acaso dita e depois dão a canção, o album, a obra e a ópera por terminada. O segundo dos youtubes, então, faz-me pensar no desaparecimento da amazónia como um mal menor.

quinta-feira, maio 28, 2009

O programa segue dentro de quatro dias

Bons tempos em que era só o álcool


(roubado aqui)

Hormonas e contra-hormonas

Depois fecho os olhos e parece que é a própria irmã do Jorge Gabriel quem nos vem dizer "tráfgooo-ssss d'açúcaree-sss".

terça-feira, maio 26, 2009

segunda-feira, maio 25, 2009

A outra que me lembrei foi

Quando foi a Coimbra, o Sapateiro falou em espanhoguês?

Noticiário

A Áustria não interessa às agências noticiosas. A criminalidade é baixa, a imigração é alta, o país é pequeno, a qualidade de vida é do outro mundo, o estado é social, os transportes funcionam, a cultura é rica e a economia pujante é para consumo interno e do "próximo leste". E pasme-se: não tendo praia tem turistas.

Resumindo, o país funciona e as pessoas são felizes.

Por isto mesmo, o peso mediático, na perspectiva dos aprendizes de feiticeiro, tem de ser nulo.

Mas se lhes cheira a sangue, ai se lhes cheira a pinga sangue, a eles!, a eles!, esses paneleiros neo-nazis, pedófilos incestuosos, traficantes de armas e carne branca, albergando revoltas de fanáticos religiosos!!

sexta-feira, maio 22, 2009

Encontrado na caixa do correio

A ilha das bananas

Fui ali ver o código penal.
Alguma alma caridosa quer explicar-me como pode alguém ser acusado/condenado por "distribuir panfletos clandestinos"?

Ainda aquela ilha é Portugal ou já passou definitivamente a republiqueta subsaariana dos anos 60?

quinta-feira, maio 21, 2009

Imaginemos por um instante

Neste preciso momento não havia União Europeia.
Para onde seguiria esta república?

Alegoria da caverna

quarta-feira, maio 20, 2009

Gajas quase nuas em público (*)

O VoC, sempre em espírito ecuménico, associa-se ao 31 da armada da direita e ao jugular da esquerda na divulgação deste teledisco francês, pequena mostra da música que se faz hoje em dia naquele país.



E não me chateiem com as barras que não fui que as pus (a vanguarda artística é que está cada vez mais mariquinhas).

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(*) isto agora é que vai ser um corrupio de hits nos motores de buscas...

terça-feira, maio 19, 2009

The Divine Comedy - Edward The Confessor

Os reis erram tanto como qualquer outro ser humano.

Ser superior

Serve a comunidade. Sem reflexivo.

The Divine Comedy - Charmed Life

Ejáagoraesta

The Divine Comedy - In Pursuit Of Happiness

Bem, já que estou coamãonamassa.

eheheheheheh

The divine comedy - our mutual friend

Uma visita ás redes sociais fez-me recordar esta música.

domingo, maio 17, 2009

Saviano contra o "Caimão"

O facto de ter a cabeça a prémio desde que escreveu "Gomorra" não está a toldar a lucidez a Roberto Saviano. Pelo contrário.
Na semana em que o "governo" italiano resolveu penalizar duramente a imigração ilegal (a partir de agora, basicamente, cada imigrante ilegal é um criminoso), Saviano escreveu um artigo que chama a atenção para uma contradição que seria cómica se não fosse trágica:
Como é que um país que exportou o crime organizado para todo o mundo pode demonizar desta forma a imigração e condená-la definitivamente à delinquência.
As máfias, naturalmente, agradecem.

Gosto especialmente desta citação de Altiero Spinelli: "O país no qual é bonito rever-nos é feito de condutas, não de monumentos."

Mario Benedetti 1920-2009



La vida, ese paréntesis


Cuando el no ser queda en suspenso
se abre la vida ese paréntesis
con un vagido universal de hambre

somos hambrientos desde el vamos
y lo seremos hasta el vámonos
después de mucho descubrir
y brevemente amar y acostumbrarnos
a la fallida eternidad

la vida se clausura en vida
la vida ese paréntesis
también se cierra incurre
en un vagido uiniversal
el último

y entonces sólo entonces
el no ser sigue para siempre

Ágora

Estou em pulgas para ver este filme!
Um dos meus realizadores preferidos resolveu usar como personagem central do seu último filme uma das minhas figuras históricas preferidas: Hipátia de Alexandria. Uma matemática e filosofa que foi a última directora da grande Biblioteca de Alexandria. Esta mulher de grande sabedoria e beleza, primeira mulher filosofa e última guardiã de todo o conhecimento do mundo clássico, morreu assassinada por membros de uma seita religiosa emergente no século IV. Os cristãos.

A revolução e o polvo

Na Porta da Loja:

(...) um secretário de Estado, [Jorge Lacão] integrado num governo, apontado como mação e incumbido de decidir matérias em conflito de interesse. Interesses que não são publicamente conhecidos nem cognoscíveis, perante a reserva absoluta de identidade dos membros da Maçonaria.


Quantos secretários de Estado se encontram nestas condições? E ministros? E magistrados? E directores de serviços de segurança pública? E responsáveis por organismos que detêm poder público?
É democraticamente intolerável que possa corresponder à realidade, como alguns dizem, que a estrutura completa do sistema público da Segurança portuguesa do MAI esteja completamente entregue à Maçonaria.
(...)

Não se percebe por isso, o interesse em acantonar tropas de loja em edifícios de poder, a não ser para minar e subverter a legalidade democrática, se tal se revelar necessário, em obediência a princípios que não juraram nem poderiam jurar publicamente.

Mais uma vez se questiona: a democracia portuguesa saiu de uma ditadura, há 35 anos, para se meter nisto?
Constitucionalmente é admissível esta situação de facto que se criou ao longo destes anos?

(carregados meus, completo aqui)

Ouvido ontem algures no twitter

@xehoz: LOL RT @ruimoura: everyone on twitter, vote for #Portugal on #eurovision and we promise we give Maddie back!

sexta-feira, maio 15, 2009

Pequeno intervalo para a realidade



Já está. Podem voltar aos vossos lugares.

E agora, em versão anarco-conservadora

Uns nazis de merda fizeram uma manifestação contra a construção de uma nova mesquita. A extrema-esquerda responde com uma manifestação contra os nazis de merda que fizeram uma manifestação contra a construção de uma nova mesquita. Eu quero ir para casa e não posso porque os atrasados mentais da polícia voltaram a sitiar-me o prédio com cercas e cadeado e o atrasado mental com capacete e escudo-à-prova-de-bala não acredita que eu moro naquela porta a dez metros de distância. A cerveja no saco das compras começa a aquecer e os ânimos também. Salva-me-nos a inteligência emocional de uma rapariga com capacete e escudo-à-prova-de-bala que se oferece para me acompanhar até à porta de casa. Dá-me vontade de a convidar para beber uma cerveja mas esta, ao contrário dos ânimos, ainda não arrefeceu e ficava mal desiludir a autoridade. Despedimo-nos e abro a caixa do correio. O Guardian continua a chegar com duas semanas de atraso.
Pico os coentros por cuja longa demanda voltei tão tarde a casa. Qualquer dia sou eu quem põe uma bomba no rés-do-chão direito e acabam-se de vez as manifestações e as cercaduras no meu quintal.

No que toca ao direito à propriedade somos uns personagens de Dickens

Maria e Fernando [e filho, inimputável] sequestraram e espancaram os pais dela em Raposa, Almeirim, para roubar os idosos, (...)
Os três sequestradores
[depois de atarem a mãe à cama] obrigaram o pai de Maria a assinar um cheque de cinco mil euros e uma declaração a passar para o nome da filha um imóvel em Cascais.

quinta-feira, maio 14, 2009

Não é preciso um golpe de estado

Nem mudar a constituição para fazer aumentar a mobilidade geográfica dos burros dos comunistas dos Portugueses, que teimam em não se desenvolver, aspiram a viver melhor e ainda por cima andaram a tornar-se proprietários da sua residência.
Eu sou brilhante e conheço a solução mágica. Quem quer mover-se geograficamente pode sempre alugar a casa de que é proprietário e alugar uma casa no sítio para onde vai trabalhar. E ainda contribui para dinamizar o mercado de arrendamento. Duplamente.
Não é preciso nem mudar a constituição nem fazer um golpe de estado.
Quem sabe há outras outras razões que fazem com que algumas (muitas?) pessoas resistam a emig... A exil... A mover-se geográficamente, como se diz na Novilíngua?
Quem vive neste mundo, é capaz de raciocinar a partir das causas para os efeitos e não anda a inventar causas que justifiquem os efeitos que se quer atingir, consegue identificar algumas dessas razões.

O que eu achava bem era recuperar-se o uso de uniformes

Escola do Pinhal Novo limita uso de minissaias e decotes. Os alunos criticam, mas os pais apoiam. O Bloco de Esquerda já questionou o Ministério da Educação sobre esta proibição.

Mas, tudo bem, são gostos pessoais.

Sobreviver no Egipto em tempos de gripe



Foto indecentemente surrupiada ao Gang of Four.

Algo me diz que há sectores do estado que a maçonaria ainda não controla

A obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL) pretende criar uma estrutura própria de serviços secretos, que designa por "núcleo interno de intelligence", indicam documentos a que a agência Lusa teve acesso.


Não tenham medo, eles são todos democratas e é só para nosso bem.

quarta-feira, maio 13, 2009

Vienna Life Ball 2009

O Vienna Life Ball é um festival de beneficiência para apoio à luta contra a SIDA e é simplesmente o mais extravagante da Europa: roupas, desfiles de moda, espectáculos de dança e festa na palácio da câmara (Rathaus...) e na praça do município (Rathaus Platz) até às 5 da manhã, com after-party a partir dessa hora (Volksgarten).



Os participantes têm de se vestir de acordo com o tema do festival. Este ano, a mais 'vibrante, erótica e criativa festa é celebrada sob o signo da Água, "Let Love Flow", transformando a atmosfera histórica da Rathaus de Viena num palácio aquático'. Vale tudo - tudo mesmo - desde que apropriadamente exposto com glamour.

Algumas imagens do ano passado aqui. E constatem porque na abertura de sábado, 16, este vosso criado estará lá caído.

Church Mouth

Estes não são tão bons. Mas são do Alasca.

Band Of Horses - "No One's Gonna Love You"

Outra. Excelente!

The Walkmen - The Rat

Uma das grandes bandas do momento

Bill Maher e a gripe A, como muito p.c. lhe chamam em Portugal



Contém algumas pequenas incorrecções mas para criacionista basta.

terça-feira, maio 12, 2009

Nós, Europeus

Tens razão Dorean

Em Portugal, as perguntas são ofensas pessoais.

segunda-feira, maio 11, 2009

A Rainy Night in Soho VERY RARE VIDEOCLIP - The Pogues

Lembrado pelo JM.

Porto venceu o campeonato nacional

As vitórias do Porto no campeonato nacional lembram-me sempre as vitórias eleitorais do Saddam, do Chavez e do Alberto João.

Estou a ser mauzinho.

Só me lembram as vitórias do Saddam, mesmo.

O hipócrita

O Hipócrita discorda das ideias do outro mas como manifestá-lo seria anti-democrático, prefere dizer que o outro escreve mal.

Assim, subalterniza o antagonista sem expôr o flanco do debate de ideias, algo que, sendo revelador, deve ser evitado.

Afastem-se de canalhas deste calibre e identifiquem-nos por estratagemas deste tipo.

Roubos e falsidades várias acompanham sempre esta gente.

Estoril open

Estive a seguir as "Conferências do Estoril" através do blogue 31 da Armada.

Do Carrapatoso aos meninos "cidadões", quando um tuga se apanha com um microfone na mão, a primeira coisa que lhe sai da boca é um "concordo/não concordo com aquilo que foi dito" como se alguém lhe tivesse pedido a opinião. Vai daí, ou responde a ele próprio a qualquer coisa imaginária ou desata um rol indignado de longos comentários por os conferencistas falarem de alhos em vez dos bugalhos que se achavam no direito de ouvir.

Ou seja, ninguém sabe fazer perguntas. Assim, não admira que as conferências depois acabem sem respostas.

Mobilidade geográfica

Houve muita, na União Soviética, durante o reino de Estaline, nas décadas 20, 30 e 40 do século passado.

Ah! Na Alemanha Nazi também havia muita mobilidade geográfica.

sexta-feira, maio 08, 2009

Fica mal dizer dos mortos

Confesso, da nostalgia ninguém se livra. E de simpatia pelo senhor. Mas tenho as minhas reservas a tanto kudos que agora lhe é dado.

Não querendo ser mauzinho mas sendo, Vasco Granja era um bocado limitado nas suas escolhas. Os programas pareciam querer reverter para miúdos a sua própria visão de contrastes em modelos de sociedade: ou o humor slap-stick e ultra-violento do Tex avery ou as preocupações sociais e ambientalistas dos koniecs. Não deixa de ser irónico que, muito antes de acontecer na realidade, foi logo no "Animação" que os capitalistas ganharam a guerra fria das preferências infantis.

Acredito que, como os bonecos da Warner já eram do tempo da guerra quente e como as colagens de autor que se faziam no leste não estavam direcionadas para o lucro, esta programação devia ficar em conta.

Mas o resultado era, com perdão pelo trocadilho, pobre. Por exemplo, da variadíssima animação britânica (entre os quais, a fantástica curta The Snowman), para não falar de mais, rien.

No fundo, e não querendo roubar-lhe brio profissional, Vasco Granja - como o eng. Sousa Veloso, o chefe Silva, et c. - acabou, e enquanto durou o monopólio da televisão pública, por se tornar mais uma daquelas "presenças familiares" que nos conquistaram por ausência de escolha. Mais uma vez provando que, em terra de cegos, a longevidade é posto.

quinta-feira, maio 07, 2009

Estas coisas expelicam-se com silogismos, freguês

O PCP admira a Coreia do Norte. A Coreia do Norte é uma monarquia de facto.

Logo, Pedro Namora bypassa a candidato pelo PPM, um partido de fato monárquico .

quarta-feira, maio 06, 2009

My Way - Frank Sinatra

sou eu que canto isto, como o Dorean denunciou.

Robbie Williams - Feel

imaizoutra

Angel - Robbie Williams

Dia 7 é o "lançamento" de um vulgar digest

O Melhor do New York Times será o suplemento de sexta-feira do I, (...)

À sexta-feira é também publicado o Guia Para um Grande Fim-de-Semana, produzido em outsourcing pela Time Out.

(...) o I também estabeleceu uma parceria com a Variety para a publicação de textos da revista de entretenimento norte-americana.


O novo jornal é a imagem da economia portuguesa: vender aos autóctones como "luxos" as banalidades do estrangeiro.
Produzir, criar - no caso, jornalismo? Isso dá trabalho e fica caro.

A fome

Não é boa conselheira.

terça-feira, maio 05, 2009

Parem as rotativas: em relação à qualquer-coisa Jacques, tenho algo muito importante a dizer

Que se embasbaquem sem freio os trolhas desta terra com as boquinhas manhosas, a silicone, o peróxido e o photoshop.
Olha, mais fica.

segunda-feira, maio 04, 2009

Por falar em paixões de ecrã...


Faleceu o Vasco Granja.
O "pai da pantera cor de rosa" deixa-a órfã. E a nós também, um bocadinho...
Aprendi, descobri e sonhei tanto com a ajuda deste senhor. Na televisão e na revista Tintin.
Era um erudito que sabia comunicar e ensinar como ninguém. Que tornou mais exigente o gosto de toda uma geração, enriquecendo o seu imaginário de uma forma que será impossível quantificar.

Fundido a negro...
Koniek...

A minha primeira paixão d'ecrã



Lembram-se? Era no tempo em que a tv passava séries com um menina de 10 anos assim um bocado dominadora, completa de botas de cabedal preto, stockings e cinto de ligas. Chamava-se "Pipi" e isso também parecia não fazer confusão a ninguém.

A actriz Inger Nilsson (na foto) faz hoje 50 anos.

She

-How about the spider?
-It's a "him". Well, most of the times - respondeu ela.
Apontei para um carro:
-How about that?
-That's always a "she".
-"She"??
-Yes, "she" - assegurou-me, fleumática como no cliché.
-Why the feminine?
-In English, all machines are female.
-Hum. Is it because some men find in them a substitute for their affections?
-No, silly. It's because they're temperamental.

domingo, maio 03, 2009

Sem título III

As autoridades de regulação financeira concluíram que uma exposição de risco é aceitável se fôr assumida por apenas uma ou poucas empresas a actuar no mercado financeiro, mas não é aceitável se fôr assumida por todas.
Isto significa basicamente que, se o objectivo das empresas financeiras fosse preservar a estabilidade dos mercados, por cada empresa que assumisse uma exposição de risco excessiva, teria de haver uma empresa a assumir exposições de risco conservadoras, "para compensar".
Em princípio, as empresas com uma exposição de risco menor teriam menos retorno no curto prazo e, de qualquer forma, o objectivo das empresas que actuam no mercado financeiro não é estabilizá-lo mas sim, ter lucro.
No fundo, o problema da exposição de risco financeiro assemelha-se um pouco ao problema da paragem de carros nas faixas de rodagem de uma estrada.
Um ou outro carro parado atrapalha, mas não impede, a fluidez do trânsito. Se forem muitos carros parados, o trânsito pára.
Entretanto, se não houver regras de trânsito, têm de ser os outros condutores (os que não estão parados na faixa de rodagem) a praticar a "auto-regulação" e a usarem o seu bom senso, abstraindo-se de parar na faixa de rodagem, por forma a não parar o fluxo do trânsito, embora à custa, talvez, do seu interesse pessoal (os primeiros a prevaricar, safam-se, o que é um moral hazzard).
Mas existem regras de trânsito e, normalmente, estas estipulam que é proibido parar nas faixas de rodagem. Em qualquer circunstância. Mesmo que uma eventual paragem não prejudicasse a fluidez do trânsito.
Os condutores têm de aceitar este sacrifício do seu interesse pessoal, coitados.
O bom senso diria que a mesma regra se deveria aplicar na regulação das empresas que actuam nos mercados financeiros. Nenhuma empresa deveria poder assumir um tipo de exposição ao risco que, se assumido por todas as empresas financeiras, conduziria a um risco inaceitável de colapso dos mercados financeiros.
A aplicação de uma regulação baseada nesta regra, provavelmente teria evitado a crise actual e servirá para prevenir outras.
Mas isso implica que os mercados financeiros se passem a reger pelo bom senso e moderação, contrariando séculos de atitudes opostas.

A questão essencial

A questão essencial não é se se deve ou não apoiar Durão Barroso. Sobre Durão Barroso, partilho a visão de Miguel Sousa Tavares: o homem é uma alforreca política.

Mas a questão essencial é a de que o presidente da Comissão Europeia, sendo nomeado por consenso, e não eleito, não tem a legitimidade nem a autoridade necessárias para gerir os destinos da União Europeia.

Falta um presidente eleito pelo voto directo, ou, pelo menos, um presidente saído do parlamento Europeu.

E depois queixam-se de que perdem os referendos ao tratado Europeu. Não sei como é que imaginam que os podem ganhar sempre que eles se realizam em países cujos povos têm noção do que é a liberdade.

Se uns se alambazam com umas gambas à guilho, outros enfardam o belo do gordon bleu

Narizes segundo a CGTP





Foto "emprestada" pelo Abrupto.

O meu 1.º de Maio

Acordei tarde, já com o desfile na rua, eram oito da manhã em ponto. Tinha decidido não trabalhar, mais por preguiça, gozar a casa nova, que por desrespeito a um feriado que nada me diz, e aproveitei a folga para apreciar a fanfarra, devidamente abotoada a ouro, liderando a pequena multidão de bandeiras vermelhas que passava em frente à minha janela. Arrematando o comboio com alegria, uma brass band de quatro elementos. Digo-vos: fazia um sol glorioso.

Curiosa esta diferença com dias do trabalhador mais meridionais: tirando a música, mais nada se ouvia. As palavras de ordem foram deixadas à responsabilidade das faixas empunhadas e havia mais um espírito de festejo de classe (afinal, é um aniversário) que de luta social.

Quando finalmente decidi sair para o café, voltava aquele movimento que por aqui se vê num típico fim-de-semana pela tarde (grupos de turistas, pares de namorados, o polaco com a lata de cerveja na mesa do jardim), e já pouco vestígio restava da agitação matinal.

A excepção fui eu encontrar cá fora: a porta do prédio, ou melhor, o meu prédio e apenas este, da esquina à junção com o prédio vizinho, estava isolado por cercas de ferro, sem possibilidade de passagem que não fosse a salto.
Na rua ao lado, vigilante, um furgão cheio de polícias. Entre a curiosidade e a indignição, dirigi-me a eles.

-Não se preocupe, pode saltar a cerca.

-Sim, obrigado, mas para quê a cerca?

-Por causa da 'manifestação' (sic).

-Mas a 'manifestação' já acabou!

-São ordens. (sorriso)

-Mas porquê só este prédio?

-São ordens. (sem sorriso)

As "ordens" duraram até à meia-noite, hora em que, ao voltar para casa dei com os chuis a desmontar o sítio. Apanhei um panfleto do chão. Era linguagem violenta, qualquer coisa anarquista, conclamante de acção.

Pus o papelucho no recipiente apropriado. Avancei e levei a chave à porta mas a placa do residente no rés-do-chão chamou-me a atenção. É que, em vez de um nome de família, regra habitual nestas paragens, apenas três letrinhas identificavam o vizinho.
Estava escuro, aproximei mais os olhos.
Escrito a azul-e-encarnado, podia ler-se "F P Ö".

sábado, maio 02, 2009

Voz grossa à retaguarda

A frase que irá ficar ligada para sempre a Jorge Coelho é, sem dúvida, "quem se mete com o PS, leva".
A frase que irá ficar ligada para sempre a Augusto SS é, e até aparecer melhor, "eu gosto é de malhar na oposição" (ou algo similar).

Quem os ouviu e ouve pensa que os homens estão dispostos a por a sua testosterona ao serviço dos outros. De auriculares e óculos escuros, rodeando os menos afoitos do partido.
Pena que estes valentões não pudessem estar presentes quando Francisco Assis levava de meia-dúzia de felgueirenses. Ou os oleirenses chegavam a vias de facto com o governador Vasconcelos. Ou quando um veterano de guerra tentou explicar a descolonização exemplar a Mário Soares em Barcelos. Ou na Marinha Grande.
Ontem, ainda tive esperança que, travestidos em negro SWEAT, emergissem da multidão lisboeta e em três segundos retirassem o pobre Vital dali para fora.

Mas aquilo, está visto, é só garganta.

Pandemia ou pan-histeria? actualização (CET 08h30)

WHO, Influenza A(H1N1) - actualização 8.1

1 de Maio de 2009, 23:30 GMT:

Totais em 11 países: 367 casos de infecção por influenza A(H1N1). Total de mortes: 10.

Em detalhe:

EUA, 141 casos, incluindo 1 morte [bébé mexicano]. México, 156 casos, incluindo 9 mortes.

Áustria, 1 caso e nenhuma morte; Canadá, 34 casos e nenhuma morte; China (Hong Kong), 1 e nenhuma morte; Dinamarca, 1 e nenhma morte; Alemanha, 4 e nenhuma morte; Israel, 2 e nenhuma morte; Holanda, 1 e nenhuma morte; Nova Zelândia, 4 e nenhuma morte; Espanha, 13 e nenhuma morte; Suiça, 1 e nenhuma morte; Reino Unido, 8 e nenhuma morte.

Adaptado do relatório da WHO.

sexta-feira, maio 01, 2009

Uma flor de verde pinho - J. Niza, C. Carmo e M. Alegre

Esta também é óptima.

Que vozeirão, o Manuel Alegre.

A mim, ninguém me cala!

Pormenores



Já está nas bancas a nova revista. Diz que é para conhecer e compreender melhor o Alentejo. Parece-me que começou com o pé direito para cumprir este seu objectivo que é subtítulo.

Aviso: é feita por amigos meus.
Aviso 2: tenho um gosto excelente para amigos.

Puff!

Preliminary analysis of the swine flu virus suggests it is a fairly mild strain, scientists say.

Festival RTP 1976 - Carlos do Carmo - Estrela Da Tarde

Não sou

Nada que acabe em aço, alho, ex ou azana.

20 anos

De José Cid.

The thin "green line"



Ó Sôtôra Manuela, eu sei que isto está "pela hora da morte" mas, sinceramente, o suicídio ainda não me tinha ocorrido.
De qualquer forma, acho que se "ideias esquisitas" me começassem a rondar a cabeça, vocês seriam as últimas pessoas a quem eu telefonava.

Pandemia ou pan-histeria?

WHO, Influenza A(H1N1) - actualização 7

1 de Maio de 2009, 06:00 GMT:

Totais em 11 países: 331 casos de infecção por influenza A(H1N1). Total de mortes: 10.

Em detalhe:

EUA, 109 casos, incluindo 1 morte [bébé mexicano]. México, 156 casos, incluindo 9 mortes.

Áustria, 1 caso e nenhuma morte; Canadá, 34 casos e nenhuma morte; Alemanha, 3 e nenhuma morte; Israel, 2 e nenhuma morte; Holanda, 1 e nenhuma morte; Nova Zelândia, 3 e nenhuma morte; Espanha, 13 e nenhuma morte; Suiça, 1 e nenhuma morte; Reino Unido, 8 e nenhuma morte.

Adaptado do relatório da WHO.

Viena considerada a melhor cidade do mundo para viver e trabalhar


E uma das razões por detrás deste reconhecimento... Os transportes.

Viena tem 1.7 milhões de habitantes. Este número refere-se apenas à cidade, já que é difícil falar de um equivalente a uma "área metropolitana": não só as aldeias e vilas em volta encontram-se fisicamente separadas da urbe, como seguramente contam com uma maior percentagem da população activa no próprio local.

Mas a ausência de grande pressão demográfica exterior não explica por si só a calma no trânsito citadino. A cidade, ainda que sem grandes proibições, consegue ter a besta domesticada.

Começa porque aqui os condutores não são umas bestas.
Por exemplo, é impensável estacionar ou parar o carro em local não assinalado para o efeito. É impensável desrespeitar os peões, os residentes ou os outros condutores. É impensável circular a 90km. E tantas outras.
A lei faz sentido naquelas cabeças muito antes de se fazer sentir na carteira ou no hospital.

Este civismo é, de fato, a base da atitude quotidiana tanto de munícipes como de periféricos mas seria provavelemente impraticável se não estivera também na génese do planeamento urbano.

Este tem no eléctrico - Strassenbahn - a espinha dorsal do seu sistema de transportes públicos. A rede de carris de superfície cobre toda a cidade e circula a par do trânsito rodoviário completamente independente das variações de humor de que este possa sofrer. O resultado é que qualquer travessia possível pela cidade - por exemplo, de Hütteldorf à Prater - implica, em regra, e com uma frequência raramente inferior a cinco minutos de intervalo entre comboios, uma única troca de linha para uma hora (no máximo total) de viagem.

Assim, apenas nas zonas de trânsito mais calmo ou mais periféricas se vêem autocarros.
Por outro lado, até nas vias de tráfego mais intenso - como o Opernring ou a Museumstrasse - as bicicletas têm as suas próprias faixas de rodagem reservadas. Usadas diariamente por centenas de famílias.

Agora, a pancada.
Viena é uma cidade rica. Mas não é por ser rica que tem uma qualidade de vida tão alta.
É rica porque indivíduos e empresas não se importam de pagar impostos mais altos quando é perceptível na sua própria actividade que os serviços disponíveis representam uma mais-valia insubstituível. Quando a contabilidade de clientes e fornecedores é séria. E quando os bons profissionais, de que não podem prescindir, sentem que ali não é necessário um salário de sultão para gozar de uma vida civilizada.
Nomeadamente, residindo onde se trabalha, sem atrasos de engarrafamentos, sem poluição, sem chatices de estacionamento e sem acidentes.