quinta-feira, janeiro 24, 2008

Americano que andas lá fora a lutar pela vida

Quero fazer lembrar os mancebos e mancebas nessa precária situação: se quiserem votar nas primárias dos democratas podem fazê-lo pela internete (sorry, GOP não conta).

Têm é de se registar até 31 de Janeiro e votar entre 5 e 12 de Fevereiro.
www.democratsabroad.org.uk/join

VoC, um blogue cívico e de serviço público internacional.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Música do meu tempo 37



You're pretty good looking (for a girl), The White Stripes

domingo, janeiro 20, 2008

Neoconservadores passivos

Estudos científicos absolutamente idóneos, publicados por todas as maiores autoridades científicas mundiais que me convêm, vêm agora demonstrar que o neoconservadorismo passivo reduz a esperança média de vida de todos aqueles que lhe ficam excessivamente expostos.

Como sabemos, neoconservar, não só não diminui a esperança de vida daqueles que o fazem activamente como também lhes aumenta a conta bancária.

Talvez por isso se neoconserva livremente hoje em dia nos mais variados espaços públicos, sem qualquer tipo de restrições. Neoconserva-se nas empresas e nos governos, na Comissão Europeia, nos jornais, na televisão e nos blogues.

Desde há bastante tempo no entanto que algumas vozes vêm alertando para o perigo que neoconservar representa para os neoconservadores passivos.

Foi preciso no entanto que a recente crise do subprime se instalasse para que viessem a lume os estudos denunciando os perigos do neoconservadorismo passivo ( e do seu associado monetarismo passivo ) para a saúde das pessoas forçadas a conviver com ele.

Estes estudos demonstram que o neoconservadorismo provoca desemprego, irritação e revolta com a desonestidade intelectual, guerra e morte no Iraque, a destruição dos sistemas de saúde e educação nos países desenvolvidos, aumento das desigualdades sociais, da corrupção nos negócios com os governos e a diminuição do poder dos governos ocidentais.

Desta forma os neoconservadores passivos perdem o emprego, o acesso à saúde e ao ensino enquanto vêm os neoconservadores enriquecer e pavonearem-se sem vergonha pelos meios de comunicação e centros do poder.

Esperemos agora que, com a divulgação destes estudos, os políticos e burocratas legislem e regulamentem de forma adequada e que as autoridades sanitárias, nomeadamente a ASAE ( claro! tinha que ser ), se encarreguem de fazer cumprir as leis, removendo o neoconservadorismo dos lugares públicos e espaços fechados e que proíbam a sua publicidade nos meios de comunicação social.

A bem da criação de uma sociedade apenas constituída por pessoas perfeitas, belas, inteligentes, em forma física, felizes e assertivas.

Bater em mortos

Espanta-me a quantidade de pessoas que hoje em dia ainda se dá ao trabalho de criticar o comunismo e apontar as suas falhas.

O comunismo está morto.

Bater no comunismo é o mesmo que bater num homem morto e estendido no chão.

Quem o faz, hoje em dia, fá-lo apenas por torpeza.

sábado, janeiro 19, 2008

A gravitas

"Portanto, talvez seja mais avisado esperar para ver o que é que vai acontecer, para depois explicar porque é que as coisas aconteceram como aconteceram com o tom de quem sempre soube que aquilo se ia processar assim. É uma técnica como as outras e costuma dar imensa gravitas, que é uma coisa que me falta. Ouvi dizer que chá de beterraba é bom para a gravitas, não sei se é verdade ou se é mais um daqueles mitos urbanos propagandeados por pessoas sem auctoritas. De qualquer maneira, não tenho dignitas nenhuma a defender, portanto que se foda."

Em Vaidisova, no A causa foi modificada.

domingo, janeiro 13, 2008

Salários dos gestores - PFF (Perguntas Feitas Frequentemente)

P: Porque é que os gestores têm salários tão elevados?

R: Porque são os gestores que definem os seus próprios salários.



P: Porque é que os outros empregados da empresa têm salários mais baixos?

R: Porque são os gestores que definem os salários dos outros empregados.



P: Porque é que os donos ou accionistas das empresas consentem em salários tão elevados?

R: Porque é moda. Porque os salários dos gestores, maioritariamente na forma de incentivos, contribuem pouco para os custos fixos de trabalho das contas da empresa, ao contrário dos salários dos trabalhadores. Porque como os donos das empresas já não as gerem, o balanço do poder pende para os porfissionais especializados que estão à frente dessas empresas. Porque esta liderança bicéfala alivia os accionistas/donos do encargo moral de fazer "tudo o que fôr necessário" para acrescentar valor na empresa.



P: Como é que a globalização influi nos salários de gestores e outros trabalhadores?

R: Como é sabido, a globalização pressiona para baixo os salários dos trabalhadores nos países desenvolvidos. Ao contrário, pressiona para cima os salários dos gestores, cada vez mais procurados e normalmente mais dispostos a mudanças geográficas (claro, ganhando mais, também lhes compensa mais).



P: Porque é que os gestores Portugueses ganham comparativamente mais do que os trabalhadores Portugueses e os gestores de outros países Europeus?

R: Porque Portugal é um país periférico e parece pouco atractivo do ponto de vista de carreira. Mas é também um indicador de subdesenvolvimento. Uma gestora de uma multinacional disse-me uma vez, em relação ao administrador delegado da empresa em Portugal que nenhum gestor com responsabilidades equivalentes no país de origem da empresa tinha, em termos absolutos, os benefícios visíveis (carro de grande luxo, motorista, etc) que o administrador delegado tinha. Mas no Brasil é pior, por exemplo.



P: Fez mal o PR em chamar a atenção para este problema?

R: Não. Não se podem impôr por lei tectos salariais para os gestores. O sistema tem de se autoregular, caso contrário, podem começar a originar-se ressentimentos justificados e revoltas, à medida que a globalização pressionar para baixo os salários da maioria dos trabalhadores dos países desenvolvidos. É exactamente por isso que entidades "insuspeitas" como Bush, Merckel ou o Economist e outros jornais económicos têm vindo a chamar a atenção para esta distorção.



P: Apesar de tudo, os altos salários dos gestores são justificados? Eles premeiam o mérito?

R: Claro que não são. Eles premeiam uma distorção nos equilíbrios de poder nas empresas que actualmente favorecem estes profissionais, que estão dentro das empresas numa posição semelhante áquela que os sultões, mamelucos, vizires e janízaros gozavam no califado de Bagdad, no império Otomano ou no Egipto muçulmano. Não tem nada a ver com mérito, independentemente de ele existir, ou não.

Teorias da conspiração

Na verdade, é mais fácil acreditar que foi o lobby do armamento e do petróleo que puxou a guerra do Iraque do que acreditar que esta se deveu à pura falta de irrigação cerebral dos membros da administração Americana e do seu séquito de dependentes e aduladores.

É mais confortável acreditar que o mundo é regido pela ganância do que pela burrice.

Nevou em Bagdad

JoaoMiranda já esteve mais longe de usar as pragas do Egipto para provar os seus pontos de vista.

sábado, janeiro 12, 2008

A presidência portuguesa vista de fora: "making it up as they go"

Proud Portugal leaves mixed EU presidency record
28.12.2007 - 08:53 CET | By Mark Beunderman

EUOBSERVER / BRUSSELS –

(...) the leadership style of the Portuguese presidency was characterised not only by the smooth presentation skills of prime minister Jose Socrates but also by the sometimes ad hoc approach Portuguese officials of meetings in Brussels.

The VAT and Galileo deals, for example, only came about after lengthy and gruelling deliberations which saw the presidency regularly suspend the talks for "five minute breaks" which ended up being "breaks of more than an hour", some EU diplomats complained.
Portuguese lunches are said never to have started before two o'clock, while meeting agendas and speaking times for the EU-Africa summit were distributed only at the very last minute.

"It was a bit à l'improviste, making it up as we go," according to one diplomat who however added "in the end, this did not stand in the way of some important results and in the end, it's the results that matter."


artigo aqui, via O Diplomata.

Se eu fosse presidente de França... 2



(parte de uma entrevista dada ao programa da France 2 Thé ou café, a 19 de Novembro de 2005)

Se eu fosse presidente de França...


... a minha banda sonora era Rachmaninov.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Hillary chorou

E, tal como com todas as mulheres que me manipularam até hoje, acredito que as suas lágrimas foram sinceras.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Ide e espalhai a boa nova

Spread the word

Evolution is a scientific fact, and every organization whose research depends on it should explain why.

Three cheers for the US National Academy of Sciences for publishing an updated version of its booklet Science, Evolution, and Creationism. The document succinctly summarizes what is and isn’t science, provides an overview of evidence for evolution by natural selection, and highlights how,time and again, leading religious figures have upheld evolution as consistent with their view of the world.

For a more specific and also entertaining account of evolutionary knowledge, see palaeontologist Kevin Padian’s evidence given at the Kitzmiller v. Dover trial. Padian destroys the false assertions by creationists that there are critical gaps in the fossil record. He illustrates the fossil-rich paths from fish to land-based tetrapod, from crocodile to dinosaur to feathered dinosaur to bird, from terrestrial quadruped to the whale, and more besides.

Creationism is strong in the United States and, according to the Parliamentary Assembly of the Council of Europe, worryingly on the rise in Europe. But die-hard creationists aren’t a sensible target for raising awareness. What matters are those citizens who aren’t sure about evolution — as much as 55% of the US population according to some surveys.

As the National Academy of Sciences and Padian have shown, it is possible to summarize the reasons why evolution is in effect as much a scientific fact as the existence of atoms or the orbiting of Earth round the Sun, even though there are plenty of refinements to be explored. Yet some actual and potential heads of state refuse to recognize this fact as such. And creationists have a tendency to play on the uncertainties displayed by some citizens. Evolution is of profound importance to modern biology and medicine. Accordingly, anyone who has the ability to explain the evidence behind this fact to their students, their friends and relatives should be given the ammunition to do so. Between now and the 200th anniversary of Charles Darwin’s birth on 12 February 2009, every science academy and society with a stake in the credibility of evolution should summarize evidence for it on their website and take every opportunity to promote it.



Ineditorial da revista Nature 451, 108 (10 de Janeiro de 2008)

domingo, janeiro 06, 2008

Após séculos de barbárie

Uma lei civilizante, europeízante. E não custou nada ao orçamento, pois a ASAE é dedicada e adora o seu trabalho. Finalmente, seremos como os outros.

E, de súbito, o pitbull sorriu ao bebé, o corrupto doou o espólio à Casa Pia, as máfias do Porto entregaram-se à Casa Pia, o aeroporto ficou por metade do preço, a GNR nunca mais bateu em ninguém, os jovens aprenderam matemática com gosto, os gestores instituiram as 40 horas semanais, o futebol passou a ser um desporto, o Pinto da Costa foi degredado para a Somália e o Alberto João declarou a independência dele próprio.

E acabaram-se as telenovelas e o Preço Certo, os malucos do riso e respectivos spin-offs, assim como as ligações directas à queima de suínos putrefactos pelo exército e ao buraco no passeio na Merdaleja de Baixo com direito a opinião de populares.

Nos jornais fez-se jornalismo desinteressado e gratuito, a Bola vendeu menos que o Público, e o povo acorreu aos cinemas monoplex e concertos de jazz e Schümann e teatros construtivistas em geral. Foi possível falar de ciência sem ter que fazer referência a génios dos anos trinta nem à bomba atómica. Um autor publicado na Nature deixou de ter direito a primeira página na imprensa generalista e metade dos colunistas dos semanários foram despedidos por ignorância patente. Fizeram-se edições de bolso de todos os livros publicados há mais de três meses.

Abriram mais escolas de medicina, rompendo o regime de coutada da ordem, e a economia cresceu sem aumentar o consumo. A Banca atingiu mínimos record de lucro após os consumidores terem exigido em bloco o fim das "comissões de gestão". Deixou de ser necessário ter uma licenciatura para se fazer política e quem a tem deixou de ser prefixado com 'dr.'.

Os proprietários rurais cancelaram a venda a conglomerados espanhóis e desataram eles mesmo a plantar oliveiras e vinha e a ganhar dinheiro "de forma sustentada". Deixou de se importar vinho e azeite para vender como vinho e azeite nacional. Bebeu-se menos ou nada na estrada, resultando na descoberta que a faixa da direita não era só para camiões, que o passeio está desenhado para peões e que uma emergência a quatro piscas implica, no mínimo, paragem do motor.

O PS e o PSD assustaram-se com a semelhança das siglas e mudaram-nas. Depois, partiram-se em pequenos partidos de quatro mil eleitores. Os portugueses viram crescer em si uma euforia recicladora e ciclista irreprimível. Os centros comerciais ficaram ainda mais às moscas quando os domingueiros se recusaram a comprar roupa feita em sweat-shops vietnamitas. A IKEA faliu em Portugal.

Os imigrantes mudaram-se para o interior, obrigando à abertura de novas escolas e maternidades e dando trabalho a recém-licenciados úteis. A indústria floresceu à custa de salários altos e, como consequência, as câmaras de província perderam o seu poder de extorsão de votos e cessaram o roubo de património.

Nunca mais um ministro disse ao chinês aquele disparate que se ouviu.

E sobretudo, nunca mais ninguém foi visto em viatura cilindrada a atirar para a rua o pacote vazio de bigmac.



Bem-haja, sr.doutor José Sócrates de Sousa. Se nós soubessemos que bastava não fumar, há muito que seríamos tão civilizados como os europeus. E nem foi preciso gastar um tusto.

A minha Pátria é a Língua Portuguesa



E assim sendo, proponho a extensão dos critérios do Ministério da Educação a cidadãos nascidos e por ele educados em território nacional. Sempre gostava de ver a quantos licenciados seria retirada a nacionalidade.

Esperteza saloia no seu melhor

"As receitas vão ser superiores ao que se previa se houvesse rali, em parte porque muitas pessoas tiveram que se manter por cá e isso representa mais entrada de dinheiro. Em contrapartida, no Algarve não vai acontecer nada". DN de hoje.

Comentário de João Lagos, da João Lagos Sport, à notícia do fim do Lisboa-Dakar e da inutilidade do contrato que possui para organizar a prova este ano e em 2009.